É fotógrafe, artista visual e formade em Design de Fotografia. Pessoa afro-ameríndia, trans gênero fluido, sua prática é atravessada por uma radicalidade sensível e política, que entende a arte como instrumento de transformação, reexistência e elaboração de mundos outros.
Sua pesquisa fotográfica se desenha entre a filosofia, o corpo e o invisível — propondo imagens que não apenas representem formas, mas convoquem presenças. Trabalha com o retrato, o autorretrato e o rito como forma de acessar mistérios da existência, da identidade e da memória.
A intuição, a emoção, o silêncio e a intensidade compõem um processo criativo que é antes de tudo ritual e herança — atravessado por saberes ancestrais que fogem à lógica colonial e racionalista. Seu fazer nasce do corpo como território sensível e se espalha em imagem, palavra e gesto, como quem invoca e escuta. Sua obra se inspira na natureza, nos corpos dissidentes, no feminino em expansão, nos encontros como oferenda e nos abismos do amor como passagem e na cidade como chão de pertencimento — um urbano onde a travessia é possível, onde se encarnam afetos, encontros e reinvenções.
